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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Eduardo Alves da Costa - Trecho de Poema



"Na primeira noite eles se aproximam
 E roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
Pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles
 Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada.

Trecho do poema de Eduardo Alves da Costa
Atribuído ao russo Vladimir Maiakóvski.
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Esse poema nos faz refletir sobre o conformismo, tão presente em nossas vidas, quando há tanto para ser feito e tanto para ser mudado e sobre as mazelas que se agravam a medida que nos acostumamos:
Com as migalhas, com o crime, com a fome, com a discriminação, com a ignorância, com a vulgaridade, com a injustiça, com a desonestidade, com a violência, com a falta de saúde,  com a falta de trabalho, com a opressão dos menos abastados, com a corrupção, com a lavagem cerebral, com o abuso de poder, com o desrespeito a vida, com a destruição da natureza, com a inversão dos valores e com a falta de respeito a dignidade humana...   
E é a medida que nos tornamos indiferente a estas mazelas, e nos isentamos das responsabilidades que possuímos de não causa-las e de combate-las que nos tornamos cúmplices. Pois toda vez que aceitamos o inaceitável, temos uma parte  nossa alma corrompida.



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